quarta-feira, 28 de março de 2012

Desvendando métodos de pesquisa #1 (Pesquisa bibliográfica, Análise documental e Pesquisa participante/ação)

Uma das dificuldades na hora de iniciar uma monografia, é definir o método ou a técnica que será utilizada para a realização da sua pesquisa. Alguns alunos encontram dificuldade em saber no que consiste cada método e, consequentemente, tendem a demorar na sua escolha.


Para facilitar um pouco essa questão, a ideia é montar um mapa bibliográfico com os principais métodos utilizados em pesquisas de comunicação junto com uma descrição breve sobre cada um.


Hoje, vamos falar sobre pesquisa bibliográfica, análise documental e pesquisa participativa.


  • Pesquisa bibliográfica
A pesquisa bibliográfica abrange a leitura, análise e interpretação de livros, periódicos, documentos mimeografados ou xerocopiados, mapas, fotos, manuscritos, etc. Tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas disponíveis sobre determinado tema. Ela dá suporte a todas as fases de qualquer tipo de pesquisa, uma vez que auxilia na definição do problema, na determinação dos objetivos, na construção de hipóteses, na fundamentação da justificativa da escolha do tema e na elaboração do relatório final.

Todo material recolhido deve ser submetido a uma triagem, a partir da qual é possível estabelecer um plano de leitura.¹ A boa é fazer fichamentos e resenhas, para ajudar na organização das ideias.

Bibliografia sugerida:

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
STUMPF, Ida Regina C. Pesquisa bibliográfica. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

  • Pesquisa documental
Vamos facilitar? Pesquisa documental = pesquisa de documentos.

Ela deve ser feita quando o pesquisador necessita identificar informações factuais em documentos, a partir de questões que sejam do interesse da pesquisa. Sua utilização deve ser feita quando o acesso aos dados é problemático, quando se pretende ratificar informações e quando interessa investigar a expressão do sujeito. Godoy (1995, p39)
 #dica

É preciso ter em mente que nem sempre os documentos retratam a realidade. Por isso, é importantíssimo tentar extrair das situações as razões pelas quais os documentos foram criados. Os documentos podem fornecer “pistas’sobre outros elementos. Locais como bibliotecas e arquivos públicos e privados são ricos neste tipo de documentação. Para muitos estudos, torna-se necessária a consulta de documentos oficiais, documentos pessoais, jornais, publicações e outros materiais de natureza diversa. A consulta a enciclopédias, dicionários e vocabulários especializados é também de grande utilidade, uma vez que tais fontes, freqüentemente, contêm indicações de outras referências bibliográficas que poderão ser úteis a você.²


Bibliografia sugerida:

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
LOIZOS, Peter. Vídeo, filme e fotografias como documentos de pesquisa. In: BAUER, Martin W.; GASKELL, George (org.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2002. 
MANN, Peter. Métodos de investigação sociológica. 3.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.
MOREIRA, Sonia Virgínia. Análise documental como método e como técnica. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas, 2005. 
TAYLOR, S. J.; BOGDAN, R. Introducción a los métodos cualitativos de investigación: la búsqueda de significados. Barcelona: Paidós, 1996.

  • Pesquisa-participante x Pesquisa-ação
Pode acontecer de você encontrar bibliografias que tomem pesquisa-ação e pesquisa participante como sinônimos, pois ambas envolvem um modo cooperativo de agir. Porém, estas duas pesquisas não podem ser confundidas. 


-Pesquisa-participante

Se baseia numa metodologia de observação participante em que os pesquisadores estabelecem relações com pessoas ou grupos envolvidos na situação investigada mais especificamente na tentativa de se fazerem aceitos pelo grupo considerado.
Se você optar por este tipo de pesquisa, lembre sempre isto: assim como a pesquisa-ação, a pesquisa participante caracteriza-se pela interação entre os pesquisadores e os membros das situações investigadas, porém não é exigida uma ação por parte das pessoas ou grupos especificados na sua pesquisa. Esse envolvimento é essencial na pesquisa-ação!
Na pesquisa participativa, o tema que você escolher deverá indicar, de partida, a fundamentação teórica que orientará uma pesquisa em que os indivíduos a serem observados passam a constituir, eles próprios, o objeto máximo de estudo. Você deverá procurar promover a participação de todos, mergulhando profundamente na cultura e no mundo dos sujeitos de pesquisa.²

-Pesquisa-ação

A pesquisa-ação é um tipo de pesquisa (de caráter empírico) que investiga problemas emergentes dos interesses do grupo participante. Trata-se de uma forma de pesquisa social que você pode utilizar se quiser desenvolver ações ou resolver um problema coletivo, envolvendo os participantes representativos da situação ou do problema investigado de modo cooperativo e participativo. Geralmente este tipo de pesquisa supõe uma forma de ação planejada, de caráter social, educacional, técnico, etc.²

"Pesquisa-ação segundo Souza e outros (2008): observação, análise, coleta de dados, identificação e definição de problemas, planejamento de ações, execução e avaliação em conjunto. Segundo Barbier (1996): “... permite avanços no diálogo técnico, ampliando a percepção dos atores envolvidos quanto à realidade dos agricultores, a ponto de produzir conhecimentos para transformá-la”."³

Bibliografia sugerida:

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
BECKER, Howard S. Métodos de pesquisa em ciências sociais. 3.ed. São Paulo: Hucitec, 1997. 
HAGUETE, Teresa Maria Frota. Metodologias qualitativas na sociologia. 9.ed. Petrópolis: Vozes, 2003. 
MANN, Peter. Métodos de investigação sociológica. 3.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. 
PASK, Gordon. Metodología participante con rigor. In: DELGADO, Juan Manuel; GUTIÉRREZ, Juan (org.). Métodos y técnicas cualitativas de investigación en ciencias sociales. Madri: Síntesis, 1995. 
PERUZZO, Cicilia Maria Krohling. Observação participante e pesquisa-ação. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em ComunicaçãoSão Paulo: Atlas, 2005. 
TAYLOR, S. J.; BOGDAN, R. Introducción a los métodos cualitativos de investigación: la búsqueda de significados. Barcelona: Paidós, 1996. 
TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1997.


Fontes:
Blog "Monografando", acessado em 28/3/2012;
¹ Wikipedia, acessado em 28/3/2012;
² Blog "Um olhar psicopedagógico", acessado em 28/3/2012;
³ Wikipedia, acessado em 28/3/2012.

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